29.1.09

"O verdadeiro amor não prende, apenas acompanha"

Conta uma antiga lenda dos índios Sioux, que, Touro Bravo, valente e honrado guerreiro e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho pajé.
Nós nos amamos... e vamos nos casar – disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho ou um talismã... alguma coisa que nos garanta ficarmos sempre juntos... que nos assegure estarmos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?
O velho índio emocionado ao vê-los tão apaixonados e desejosos de um conselho disse:
- Sim! Algo pode ser feito, mas é uma tarefa muito difícil. Você Nuvem Azul, deve escalar o monte apenas com uma rede nas mãos e caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E você Touro Bravo – continuou o sábio feiticeira -, escale a montanha do trono. Lá no pico você encontrará a mais brava das águias. Com as mãos e uma rede você a apanhará, trazendo-a viva para mim.
Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, à frente da tenda do sábio pajé, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
O índio sábio pediu que as tirassem dos saco com cuidado.
Indagou o jovem:
- E agora o que faremos? Vamos matá-las e depois bebermos a honra do seu sangue?
- Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? – propôs a bela índia.
- Não – disse o pajé -, amarrem-nas pelas pernas e soltem-nas, para que voem.
Fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros.
A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno.
Exaustas e irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se e se machucando.
O velho disse:
- jamais se esqueçam do que estão vendo. Este é o meu conselho.
Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarados entre si, ainda que por amor, viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a se machucar. Para que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mais não amarrados.
Concluímos que a pessoa amada é companheira na senda de nossa evolução em direção à felicidade, com ela poderemos partilhar nossos sorrisos, nossas lágrimas, nossas esperanças, mais não escravizá-la na posse, como se fora um objeto.
Os bons sentimentos existirão e perdurarão se houver liberdade e responsabilidade para com o ser amado.

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